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A homofobia como fator gerador de doença e morte na tribo LGBT


Percebo em cada paciente LGBT, por mais bem sucedido (a) em termos sócio-econômicos que possa ser, as conseqüências de uma tremenda tensão crônica de discriminação homofóbica, além das seqüelas de uma cobrança familiar agressiva que pode, inclusive, ser pior para as pacientes lésbicas do que aquela sofrida pelos pacientes gays masculinos assumidos. A homofobia não perdoa ninguém, nem sequer meninas de 12 anos de idade.

Especificamente no caso do subgrupo L, se a paciente optar por demonstrar a coragem necessária para se assumir publicamente como lésbica, será pejorativamente discriminada onde quer que esteja. E, se optar por continuar ocultando sua orientação sexual, criará para si fatalmente uma imensa tensão diária composta pela necessidade de inventar mentiras cada vez mais elaboradas para esconder sua vida amorosa e sexual da família, dos colegas de escola e dos colegas no trabalho. Estresses contínuos desta natureza podem manter graus quase insuportáveis de ansiedade pessoal e social.

Adicionalmente, pelo fato de muitas lésbicas perderem já no início da adolescência qualquer forma de suporte sentimental familiar, o qual é especialmente importante para as meninas (principalmente por parte do pai), aliado à frustração de se defrontarem com o carinho que a maioria das outras moças (inclusive suas irmãs supostamente heterossexuais) conseguem receber de suas famílias, que lhes é negado devido à alienação de todos os familiares que a desprezam por sua orientação sexual, aumenta consideravelmente a incidência de episódios depressivos maiores, inclusive com ideação suicida, internações em clínicas psiquiátricas, ou mesmo tentativas de suicídio.

Já com relação aos travestis (e também para muitos dos transgêneros), a pressão é de tal forma monstruosa e onipresente que é quase um milagre que um deles (ou delas) sobreviva para atingir a idade adulta.

Infelizmente, muitos não conseguem, fato que jamais é divulgado pela mídia, que insiste em repetir as mesmas reportagens sobre temas chatíssimos como costumes regionais, criação de ovelhas ou receitas alimentares “naturebas” em geral.

O desgaste da luta diária contra o onipresente e psicótico policiamento que a doença da normalidade dos demais (que os obriga a oprimirem com mãos de ferro todos que parecerem “diferentes”) e que, muitas vezes, já se inicia desde a primeira infância acabará, ao longo de 10 a 20 anos, destruindo todas as reservas energéticas de um número imenso de pessoas inocentes que nunca fizeram absolutamente nada contra ninguém, além de quererem ser aceitos, amados e respeitados como todos os demais seres vivos do mundo desejam e merecem receber dos demais.

Totalmente marginalizados (as), eles (elas) podem acabar sendo destruídos (as) em ambientes de prostituição do mais baixo nível, com constantes e intensas humilhações verbais, traições, brigas, espancamentos, assassinatos, crimes sexuais de todos os tipos, desnutrição e inanição, crises de pânico e de depressão profunda (episódios depressivos maiores), suicídios, AIDS, alcoolismo, drogas, diversas doenças infecciosas oportunistas que surgem em pacientes debilitados, e tumores cancerosos.

E o que fazer a respeito, além de persistir na militância pelos direitos de cidadania da Tribo LGBT? Duas coisas: a primeira é desistir, definitivamente, de buscar a aceitação dos outros, e tornar-se o próprio autor desta aceitação. E, ainda de forma mais importante, adotar a religião hindu que sigo fervorosamente, a dos adoradores da Deusa Kaganda Yandanda.

Aguarde meu próximo artigo, onde abordarei a Síndrome de Abandono Familiar, a qual afeta, em maior ou menor grau, praticamente todos os pacientes LGBT. Até lá, sigam entoando nosso Mantra, “Hare, Hare, Kaganda Yandanda Tomah Noku”!

Dr. Alfredo T. Souza
E-MAIL DE CONTATO: alfredo.med@uol.com.br

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